Quando as negociações do Google para comprar a empresa de segurança cibernética Wiz desmoronaram em meados do ano passado, o fundador da startup disse à equipe que estava pensando em um IPO. Menos de um ano depois, a empresa fechou o maior acordo do setor de cibersegurança de todos os tempos.
A Wiz fechou um acordo de US$ 32 bilhões para vender a empresa para a Alphabet, controladora do Google, na terça-feira (18), revivendo um casamento que pode ampliar a força cibernética da gigante da tecnologia. O negócio altamente competitivo de venda de serviços em nuvem cresceu em complexidade — principalmente à medida que a IA generativa avança —, levando empresas como o Google a reforçar sua segurança para se defender contra hackers e outras ameaças.
Assaf Rappaport e seus cofundadores podem ganhar agora mais de US$ 3 bilhões cada com o negócio, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. É a maior venda já registrada de uma empresa privada apoiada por capital de risco, assumindo a posição da compra do WhatsApp pela Meta Platforms por US$ 19 bilhões em 2014.
Os fundadores são ex-alunos da Unidade 8200, parte das Forças de Defesa de Israel, conhecida por seu conhecimento e competência em cibersegurança. Os ex-membros da Unidade 8200 conseguiram atrair clientes e dinheiro de investimento do Vale do Silício em abundância, e a equipe da Wiz está agora entre as fileiras de veteranos que fundaram empresas de cibersegurança altamente valorizadas, como a Palo Alto Networks e a Fireblocks.
Rappaport, nativo de Tel Aviv de 41 anos, normalmente usa uma jaqueta com o logotipo da Wiz, de acordo com a estética tecnológica, ou uma camiseta branca, moletom e tênis. Seus sapatos, da luxuosa marca italiana Golden Goose, normalmente custam mais de US$ 500.
Ele costumava trazer sua border collie Mika, apelidada de diretora de cães da Wiz, para trabalhar nos escritórios da empresa em Nova York e Tel Aviv e incentivava outros funcionários a trazerem seus cães também. Mika, que morreu no final do ano passado, tinha sua própria página no LinkedIn. Na ocasião, Rappaport escreveu que eles eram “um casal poderoso” e chamou a cadela de amor de sua vida.
Reiniciando as negociações
Depois que as negociações entre o Google e a Wiz fracassaram no ano passado, as conversas com banqueiros sobre um novo acordo foram retomadas. A escassez de ofertas públicas iniciais (IPOs) este ano levou Rappaport e os cofundadores Ami Luttwak, Yinon Costica e Roy Reznik a conversar sobre negócios com várias outras partes, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
Ninguém estava disposto a pagar tanto quanto o Google. As empresas conseguiram melhorar os termos do acordo — incluindo uma taxa de rescisão de mais de US$ 3 bilhões para a Wiz, caso o negócio não fosse para frente — e ter a confiança de que a transação do Google conseguiria superar obstáculos regulatórios, disseram essas pessoas.
O Google também vê o acordo com a Wiz como algo que é do interesse da segurança nacional americana. “O aumento do papel da IA e a adoção de serviços em nuvem mudaram drasticamente o cenário de segurança para os clientes”, disseram as empresas na terça-feira.
A aquisição provavelmente testará o apetite antitruste do governo Trump, mas, se for liberada, os recursos de segurança da Wiz podem ajudar o Google a atrair mais clientes na nuvem. A concorrência é acirrada, principalmente porque a IA generativa alimenta a necessidade de poder de computação do mundo corporativo dos EUA.
O acordo em dinheiro seria o maior do Google de todos os tempos. O Google ampliou sua força de segurança cibernética por meio de aquisições nos últimos anos, comprando a Mandiant por US$ 5,4 bilhões em 2022.
Patrocinadores de renome
Os quatro cofundadores se conheceram enquanto trabalhavam juntos na unidade da IDF, onde a segurança cibernética avançada encontra a guerra cibernética.
O quarteto vendeu seu primeiro empreendimento, a empresa de segurança cibernética em nuvem Adallom, para a Microsoft em 2015. Rappaport disse em uma entrevista no ano passado a um dos membros do conselho da Wiz que sabia que o segundo seria mais difícil.
A Wiz foi inicialmente chamada de Beyond Networks e se concentrava na segurança de rede. Rappaport e seus cofundadores se voltaram para um software que oferece aos clientes mais proteção cibernética do que seus provedores de nuvem das gigantes da tecnologia.
A startup é apoiada por proeminentes capitalistas de risco do Vale do Silício, incluindo Sequoia Capital, Andreessen Horowitz, Index Ventures, Advent e Greenoaks.
“Eles adotaram uma abordagem ousada”, disse Gili Raanan, presidente do conselho da Wiz e fundador da empresa de capital de risco Cyberstarts. Sua tecnologia consegue “identificar vulnerabilidades e problemas de identidade de forma mais rápida e eficaz do que qualquer outra coisa no mercado”, disse ele. Hoje, na lista de clientes da Wiz, estão vários da Fortune 100.
A avaliação da startup chegou a US$ 16 bilhões em uma tender offer de funcionários no final de 2024, informou o Wall Street Journal.
O Bank of America assessorou a Alphabet no negócio, e o Goldman Sachs foi o consultor financeiro da Wiz.
Escreva para Lauren Thomas em [email protected] e Berber Jin em [email protected]
Traduzido do inglês por InvestNews
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