20 de março de 2025

De R$ 4 a R$ 5 mil, Semana do Artesão tem arte para todos os bolsos – Artes

Repleta de arte indígena e regional, a programação especial trouxe o interior para Campo Grande

De R$ 4 a R$ 5 mil, Semana do Artesão tem arte para todos os bolsos
A programação especial da Semana do Artesão vai até dia 25, no Armazem Cultural (Foto: Juliano Almeida)

Repleta de arte indígena e regional, a Semana do Artesão trouxe o interior para Campo Grande. Com peças de R$ 4 a R$ 5mil, o espaço é chance de conhecer não só os produtos, mas a história por trás deles. Tem arte para todos os bolsos. Nos estandes, o que não faltam são cores, desde os bichos – que representam o Pantanal –  aos retratos e objetos dos próprios povos originários.

O espaço, no Armazém Cultural, reúne 150 pessoas que dedicam os dias à criação. A programação especial se estende até dia 25. Este ano 40 dos inscritos são do interior. A presença deles em maior número, é uma iniciativa de trazer os artistas e fazer com que todos participem. Segundo a Fundação de Cultura, o número um diferencial desta 17ª edição.

Na lista de produtos à venda há uma variedade de itens, entre eles chaveiros, ponteiras de lápis, cocares, cabaças, mesas de madeira, cerâmicas, bonecas de pano, colares e vasos. O preço também é variável. Além dos estandes dos artesãos, também há expositores da gastronomia regional, como goiabada, mel, farofas e geleias, feitas com frutas típicas do Estado, como o baru.

De R$ 4 a R$ 5 mil, Semana do Artesão tem arte para todos os bolsos
As irmãs Janir e Enir são terenas e representaram também outros artesões no evento (Foto: Juliano Almeida)

Estreando no evento, as irmãs Edir e Janir Gonçalves saíram de Aquidauana para participar. Elas representam não apenas a própria arte como a de outros artistas da região. Para elas, ver que o serviço é feito por quem faz as peças é surpreendente.

“Vai ser um evento muito bom. Porque o que a gente está vendo aqui são só artesãos mesmo. Aqueles que fazem, que estão aqui, trouxeram o produto e estão comercializando”.

Da etnia terena, Janir comenta que a avó fazia artesanato e se dedicava aos potes de barro e cerâmica, iguais ao que a irmã faz. A tarefa herdada com amor faz parte da luta para que a cultura não seja esquecida ou apagada.

“A gente preserva as nossas tradições e a nossa cultura. Porque se não faz isso ela morre. Lá na nossa aldeia são poucas as pessoas que produzem pote. E hoje a gente retomou essa produção. E a minha irmã é a que mais está produzindo”. Elas vendem os objetos a partir de R$ 30.

Reconhecimento 

Este ano a edição homenageia as artesãs que se destacaram na cena local, como Josefa Mazarão, Rosenir Batista e Jane Clara Arguello. Ao Lado B, Jane, com 65 anos, conta que esperou 35 pelo reconhecimento e homenagem.

“Eu só não faço artesanato, como eu fiz faculdade de artes visuais, fiz design e fiz pós-graduação em artesanato regional, para poder ensinar o meu artesanato como empreendedorismo para a pessoa poder mudar de vida”. Jane será professora de cerâmica utilitária na Feira “Mãos que Criam” nesta quinta-feira (20).

Ela explica que as peças expostas no Armazém são todas de cerâmica e retratam as negras quilombolas e os quilombos presentes em Mato Grosso do Sul. Além das negras, há peças chamadas ‘Os anjos do Pantanal’ e o ” São Francisco Pantaneiro” acessíveis para quem visitar o lugar.

De R$ 4 a R$ 5 mil, Semana do Artesão tem arte para todos os bolsos
Marcelo Miranda, secretário estadual de turismo, esporte e cultura (Foto: Juliano Almeida)

Marcelo Miranda, titular da Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), ressaltou que a participação dos artesãos do interior é o diferencial. O intuito é valorizar igualmente todos.

“Eu considero esse evento um dos mais importantes, mais emblemáticos para a nossa cultura. Esse ano nós estamos priorizando a vinda dos artesãos e artesãs do interior, para que a gente possa oportunizar a comercialização dos produtos. Não adianta a gente qualificar, a gente regularizar a situação dos artesãos e artesãs se eles não tiverem a oportunidade de circulação. A gente quer que outras pessoas venham, quer estimular novas produções”.

De R$ 4 a R$ 5 mil, Semana do Artesão tem arte para todos os bolsos
Valdir Gomes, secretário municipal de cultura (Foto: Juliano Almeida)

Para o secretário de cultura de Campo Grande o evento é chance da capital conhecer a arte feita no interior. Ele acrescenta que por ser novo na pasta os eventos estão sendo um desafio, mas que está sendo um período de muito aprendizado e dedicação.

“A gente está bastante feliz de estar recebendo vários artesanatos do interior. Tem tantas coisas diferentes. Acho que até os artesãos daqui poderem conhecer o que é feito no interior. Eu acredito que vai ser muito bom para trocar experiência”.

 Para conferir a programação completa acesse este link.

Confira a galeria de imagens:

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.

Source link

About The Author