O professor de Ciências Militares da Eceme, Sandro Teixeira Moita, ofereceu uma análise perspicaz sobre as recentes negociações entre Donald Trump e Vladimir Putin acerca da guerra na Ucrânia.
Durante sua participação no programa WW, Moita evocou um conceito clássico da estratégia militar para contextualizar a situação atual.
“A guerra é a continuação da política por outros meios”, afirmou o especialista, citando o pensamento do estrategista prussiano Carl von Clausewitz. Esta máxima, segundo Moita, se aplica perfeitamente ao cenário russo-ucraniano e às manobras diplomáticas em curso.
Estratégia russa e negociações
De acordo com o professor, a Rússia está adotando uma abordagem calculada: “Os russos vão esticar a corda da boa vontade do Trump ao máximo e vão tentar utilizar a Ucrânia como uma ficha de barganha”.
Esta tática, explica Moita, faz parte de uma estratégia mais ampla que visa normalizar as relações com os Estados Unidos e, potencialmente, aliviar as sanções econômicas impostas ao país.
O especialista destacou que tanto o comunicado da Casa Branca quanto o do Kremlin mencionaram discussões sobre a estabilização do Oriente Médio. Particularmente interessante foi a menção à concordância russa de que o Irã não deve se tornar uma potência nuclear capaz de ameaçar Israel.
Implicações geopolíticas mais amplas
Moita sugere que o conflito na Ucrânia pode estar sendo usado como parte de uma negociação geopolítica mais abrangente. “Talvez a Ucrânia esteja sendo parte de uma grande negociação geopolítica na qual a Rússia acredita reentrar em laços com o Ocidente“, pontuou.
O professor também ressaltou a importância econômica dessas negociações para a Rússia. Segundo ele, o levantamento das sanções seria “essencial para diminuir o impacto na sua economia que está superaquecida em 2025”.
Esta observação sugere que as motivações russas vão além das questões territoriais imediatas, abrangendo considerações econômicas de longo prazo.
A análise de Moita oferece uma visão complexa das negociações em curso, destacando como conflitos militares e diplomacia se entrelaçam na busca por vantagens estratégicas no cenário internacional.
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