
O G7, grupo dos países mais industrializados do mundo, fechou nesta sexta-feira, 14, uma posição conjunta em defesa da Ucrânia, exigindo que a Rússia aceite um cessar-fogo imediato nos termos propostos por Kiev. Caso Moscou não ceda, novas sanções econômicas serão impostas, segundo o rascunho final do comunicado, visto pela agência de notícias Reuters.
O que mais chamou atenção, no entanto, foi a adesão inesperada dos Estados Unidos à declaração, marcando uma guinada em relação à postura ambígua que o governo de Donald Trump vinha adotando sobre a guerra.
Desde sua posse, Trump evitou endossar abertamente a integridade territorial da Ucrânia e não descartou a possibilidade de Kiev ter que ceder territórios ocupados à Rússia para alcançar a paz. A hesitação do governo americano vinha gerando tensão entre Washington e seus aliados tradicionais. No entanto, diante da crescente pressão internacional, os EUA decidiram acompanhar o G7.
O comunicado final do encontro, realizado em La Malbaie, no Canadá, também enfatizou a necessidade de “garantias robustas de segurança” para que qualquer trégua seja sustentável. Além disso, o texto também adotou uma linha mais dura contra a China, elevando o tom sobre Taiwan.
O texto, no entanto, evitou compromissos claros sobre a solução de dois Estados para o conflito entre Israel e o grupo militante palestino Hamas, um tema que tem dividido o grupo.
A reviravolta americana surpreendeu diplomatas, que esperavam um distanciamento maior de Washington. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, minimizou a mudança de postura, afirmando que “não permitiria que divergências sobre certos temas impedissem a cooperação em pontos de consenso”. Apesar do alinhamento momentâneo, a instabilidade da política externa dos EUA sob Trump ainda gera dúvidas.
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