O recém-eleito primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, deixou claro nesta quarta-feira 12 que só aceitará um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, caso a soberania canadense seja respeitada. A declaração vem em meio a um aumento nas tensões entre os dois países, após Trump ameaçar aumentar — ainda mais — as tarifas sobre o aço e o alumínio canadenses e intensificar sua retórica sobre uma possível anexação do Canadá.
“Estou disposto a dialogar com o presidente Trump no momento certo, desde que haja respeito pela soberania canadense e que busquemos uma abordagem comum para o comércio”, afirmou Carney durante uma visita a uma siderúrgica em Hamilton, Ontário. A fala ocorre um dia depois de Trump elevar as tarifas sobre metais canadenses para 25%. O republicano havia ameaçado aumentar para 50%, mas recuou, após negociações.
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O Canadá, maior fornecedor estrangeiro de aço e alumínio para os EUA, reagiu. O governo de Carney anunciou que a partir desta quinta-feira 13 entrará em vigor um pacote de tarifas no valor de 20,7 bilhões de dólares sobre produtos americanos como equipamentos eletrônicos, materiais esportivos e eletrodomésticos, além do próprio aço e alumínio.
A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, criticou a postura de Trump e acusou a Casa Branca de usar pretextos inconsistentes para justificar as barreiras comerciais.
“Primeiro, as alegações eram sobre nossa fronteira. Agora, a desculpa é segurança nacional, apesar de nosso aço e alumínio contribuírem para a defesa dos Estados Unidos”, disse Joly. Ela também contestou a insistência do presidente americano em sugerir que o Canadá deveria se tornar o 51º estado dos EUA.
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Apesar da guerra comercial, Carney disse que os trabalhadores em ambos os países estarão em melhor situação quando “a maior parceria econômica e de segurança do mundo for renovada”. Ele acrescentou que respeita as preocupações de Trump com os trabalhadores americanos e com o fentanil.
Trump, por sua vez, tem utilizado múltiplos argumentos para justificar sua postura agressiva contra o vizinho do norte. Além das tarifas, ele critica o sistema de tributação canadense sobre produtos agrícolas americanos e acusa o Canadá de ser um ponto de entrada para o contrabando de fentanil nos Estados Unidos. Na última terça-feira, ele disse que a fronteira entre os dois países é uma “linha fictícia”.
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