Nesta quinta-feira, 13 de março, o papa Francisco celebra 12 anos desde sua eleição como líder da Igreja Católica. Durante esse período, ele se tornou uma figura influente no cenário mundial, com uma abordagem pastoral que reflete sua proximidade com os mais vulneráveis e sua busca por uma instituição mais inclusiva e misericordiosa.
O Vatican News (portal oficial de notícias do Vaticano) usa a expressão in uscita (em saída) para descrever seu pontificado nos últimos anos. “Um papa que, desde o início, demonstrou a vontade de estar em saída, quando, poucos dias após sua eleição, escolheu viver na Casa Santa Marta (aposentos modestos); quando, no voo de retorno do Iraque, sua primeira viagem após o lockdown por causa da Covid, disse que se sentiu ‘enjaulado’ no Vaticano; e quando, em entrevistas após internações e operações, confessou que contava os dias até sua alta hospitalar”, aponta o texto. Sua visão de aproximação com periferias e pobres também moldou profundamente sua liderança espiritual.
Desde seu papado, Francisco se destacou por várias ações importantes em sua jornada pastoral. Em sua missão de promover uma igreja mais próxima das realidades do mundo, ele tem trabalhado intensamente em temas como a inclusão social, o diálogo inter-religioso e a justiça. Em 2015, publicou a encíclica Laudato si’, um apelo urgente sobre a proteção do meio ambiente, que se tornou um marco no seu pontificado. Ele também tem sido um defensor intransigente dos direitos humanos, frequentemente levantando sua voz em defesa dos migrantes e refugiados.
Além disso, o papa Francisco realizou um trabalho histórico de reforma da Cúria Romana, com a criação de um novo estatuto para o governo da igreja e a busca por maior transparência nas finanças do Vaticano. Essas reformas foram vistas como fundamentais para modernizar as estruturas internas e fortalecer a responsabilidade na gestão de recursos.
Nos últimos meses, o pontífice enfrentou uma série de viagens intensas para levar a mensagem de Cristo a lugares muitas vezes esquecidos pelo mundo. Tamanho esforço se refletiu em sua saúde. Ele está internado há 28 dias no hospital público Gemelli, em Roma, após ser diagnosticado com pneumonia bilateral. Apesar da complexidade de seu quadro clínico, os médicos afirmam que sua condição permanece estável. Ele segue com terapias e fisioterapia respiratória.
Durante sua internação, o papa manteve contato com fiéis, mas até hoje há apenas um registro de voz – sem fotos ou vídeo. Em um breve áudio divulgado em 6 de março, ele agradeceu pelas orações e afirmou: “Eu os acompanho daqui. Que Deus os abençoe e que a Virgem os proteja. Obrigado.” Essas palavras reafirmaram seu compromisso de pastor.
Além de sua saúde, o papa atravessou um contexto de grande turbulência mundial durante o pontificado. De crises políticas e sociais a novos desafios sanitários, ele sempre procurou promover a paz e a solidariedade entre as nações, mantendo uma postura diplomática e demonstrando profunda compaixão pelas vítimas de guerras e catástrofes naturais.
De acordo com a consultoria italiana Arkadia, entre 24 de fevereiro e 4 de março, o termo “papa Francesco” foi mencionado mais de 8 milhões de vezes nas redes sociais, com um total de 79 milhões de interações, demonstrando a força e a solidariedade da audiência durante este período de recuperação. O sentimento positivo em relação ao Santo Padre nas redes sociais está em 46%, refletindo as incertezas sobre sua saúde, especialmente em relação ao estado clínico da pneumonia bilateral que o afetou. O crescimento de seguidores nas contas sociais do Papa, incluindo o aumento de 71 mil seguidores no Instagram, também é um reflexo do apoio global.
Em 12 anos de liderança, Jorge Mario Bergoglio se revelou uma figura resiliente, comprometida com a missão pastoral da Igreja e com a transformação ao seu redor. Primeiro jesuíta e latino-americano a ser eleito papa, frequentemente se refere à sua origem simples e distante do centro do poder eclesiástico. Como afirmou a TV italiana RAI, o pontífice “veio do fim do mundo”, uma expressão que simboliza sua trajetória humilde e a visão de um líder que não é apenas de Roma, mas do mundo todo.
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