Associação de advogados afirma que mudança para condenados viola a dignidade humana

O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu aprofundar a análise sobre a extinção das saídas temporárias, conhecidas como “saidinhas”, para presos condenados antes da promulgação da nova lei que aboliu o benefício.
O ministro Edson Fachin, do STF, adiou a decisão sobre a extinção das “saidinhas” para presos condenados antes da nova lei que aboliu o benefício. A ANACRIM questiona a constitucionalidade da medida, alegando violação de direitos humanos e falta de estudos sobre o impacto no sistema prisional. Fachin solicitou mais dados ao CNJ, Congresso, AGU e PGR antes de decidir. A decisão poderá restabelecer o benefício se considerada inconstitucional.
A decisão veio após ação movida pela Anacrim (Associação Nacional da Advocacia Criminal) contra as mudanças na Lei de Execução Penal, promovidas pela Lei 14.483/2024. O despacho do relator foi publicado nesta quarta-feira (12) no sistema do Supremo.
Aprovada em maio deste ano, a nova lei extinguiu as saídas temporárias para detentos. Desde então, surgiram debates jurídicos sobre a aplicação da regra para condenados antes de sua vigência.
A ANACRIM argumenta que a retirada das “saidinhas” viola a dignidade humana, dificulta o acesso à Justiça, compromete a individualização da pena e fere o direito à não autoincriminação. Além disso, a associação aponta a falta de estudo sobre impacto orçamentário, o que pode sobrecarregar o sistema prisional.
Diante disso, Fachin reconheceu a relevância do tema e solicitou relatórios do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), além de informações sobre o sistema carcerário ao Congresso Nacional, AGU (Advocacia-Geral da União) e PGR (Procuradoria-Geral da República).
Somente após a análise dessas questões o STF decidirá se a revogação das saídas temporárias é constitucional. Caso a Corte entenda que a medida é inconstitucional, o benefício poderá ser restabelecido.
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