14 de março de 2025

Após tarifas, China sobe tom e se diz pronta para…

A escalada na disputa comercial entre China e Estados Unidos atingiu um novo patamar nesta quarta-feira 5, após a embaixada chinesa afirmar que está preparada para enfrentar “qualquer tipo de guerra” com os americanos, seja comercial, tarifária ou de outra natureza. O comunicado, publicado na rede social X (ex-Twitter), veio em resposta às tarifas impostas pelo governo de Donald Trump e reforça a deterioração das relações entre as duas maiores economias do mundo.

Na abertura do Congresso Nacional do Povo, evento anual no qual a China define suas diretrizes políticas e econômicas, nesta quarta-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, reafirmou que o país não cederá às pressões externas e anunciou um aumento de 7,2% nos gastos militares para 2025. Segundo ele, “mudanças inéditas em um século estão acontecendo no mundo em um ritmo acelerado.”

A disputa se intensificou depois que Trump elevou as tarifas sobre todos os produtos chineses, alegando que Pequim prejudica a economia americana. Em resposta, a China impôs taxas de 10% a 15% sobre produtos agrícolas americanos e acusou Washington de usar o combate ao fentanil — droga sintética que se alastra pelas ruas dos Estados Unidos com velocidade epidêmica, crise de saúde pela qual Trump pôs culpa parcial nos chineses — como pretexto para impor novas barreiras comerciais.

Além da retaliação econômica, o discurso agressivo de Pequim também busca projetar força e estabilidade para o público interno diante de desafios como o desaquecimento do consumo, a crise no setor imobiliário e o aumento do desemprego. A estratégia chinesa é atrair novos parceiros comerciais e reduzir os impactos das sanções americanas. No entanto, especialistas alertam que esse endurecimento pode fortalecer a visão de Washington de que o gigante asiático representa a maior ameaça econômica e geopolítica aos Estados Unidos.

No início do novo governo Trump, havia expectativa de uma reaproximação entre os dois países, especialmente após o republicano convidar Xi Jinping para sua posse e afirmar ter tido “um ótimo telefonema” com o líder chinês poucos dias antes de retornar à Casa Branca. No entanto, os desdobramentos mais recentes indicam que as tensões devem continuar.

Com um orçamento militar de 245 bilhões de dólares, a China mantém a segunda maior força armada do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Nos últimos anos, o país tem ampliado sua presença militar no Pacífico, realizado exercícios próximos a Taiwan, ameaçando embarcações das Filipinas e reforçando suas capacidades bélicas.

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