O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez nesta terça-feira, 4, o primeiro discurso ao Congresso. Trump afirmou que os EUA gastaram mais do que a Europa com a guerra da Ucrânia e que recebeu do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, uma carta dizendo que está pronto para assinar o acordo de minerais e para negociar a paz com a Rússia. “Não seria lindo?”, afirmou o republicano. “É hora de parar com essa guerra sem sentido.” Trump também agradeceu Zelensky pela carta e citou o Brasil ao defender tarifaço.
“Gostaria de reiterar o compromisso da Ucrânia com a paz”, disse Zelensky em publicação no X, antigo Twitter, nesta terça. “Nenhum de nós quer uma guerra sem fim. A Ucrânia está pronta para sentar-se à mesa de negociações o mais rápido possível para trazer uma paz duradoura mais perto. Ninguém quer a paz mais do que os ucranianos. Minha equipe e eu estamos prontos para trabalhar sob a forte liderança do presidente Trump para obter uma paz duradoura”.
A fala de Zelensky aconteceu poucas horas depois de o governo de Donald Trump ordenar a suspensão do envio de auxílio militar dos Estados Unidos à Ucrânia. A pausa é uma maneira do presidente americano pressionar o líder ucraniano a aceitar negociações para encerrar a guerra com a Rússia. Segundo a Bloomberg e a Fox News, a pausa deve durar até que fique claro para Trump que Zelensky está comprometido em firmar um acordo de paz.
As declarações de Zelesnky ocorreram também depois do bate-boca entre ele e Trump em reunião na Casa Branca, na semana passada. Sobre a reunião em Washington, Zelensky disse nesta terça que o encontro “não ocorreu como deveria”. “É hora de consertar as coisas. Gostaríamos que a cooperação e a comunicação futuras fossem construtivas”, reforçou.
Como foi o discurso
Trump começou o discurso dizendo que os Estados Unidos “estão de volta” enquanto congressistas republicanos gritavam “USA!”. O presidente afirmou que seu governo “conseguiu mais em 43 dias do que a maioria das gestões conseguiu em quatro ou oito anos” e declarou que seu governo é o de maior sucesso da história do país.
Trump defendeu suas medidas contra a imigração ilegal, incluindo o decreto de emergência nacional na fronteira sul, criticando seu antecessor, Joe Biden, que chamou de “o pior presidente da história americana”.
O republicano também se vangloriou de ter assinado medidas que tiraram os Estados Unidos do Acordo Climático de Paris, da Organização Mundial da Saúde e do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Também citou a mudança do nome do Golfo do México para “Golfo da América”.
O presidente culpou Biden pelo aumento do preço dos ovos e disse que seu governo está trabalhando para resolver a situação. Trump afirmou que busca agora reduzir o preço da energia no país ao declarar emergência no setor e prometeu a reabertura de usinas.
Trump citou o congelamento nas contratações de funcionários federais e a criação de um departamento para eficiência governamental, chefiado por Elon Musk, que também estava no Congresso. O republicano afirmou que a pasta já identificou desperdício de recursos públicos e prometeu reequilibrar o orçamento federal.
Trump destacou a criação das tarifas recíprocas, que prometeu para 2 de abril, e as tarifas ao Canadá, México e China, que entraram em vigor nesta terça. “Fomos roubados por décadas por quase todo país na face da Terra e não vamos mais deixar isso acontecer”, disse. Também defendeu as tarifas sobre aço e alumínio e citou o Brasil entre os países que, segundo ele, cobram taxas desiguais e “injustas” dos produtores norte-americanos.
“Em média, a União Europeia, China, Brasil, Índia, México, Canadá e inúmeras outras nações nos cobram tarifas muito mais altas do que cobramos deles, o que é extremamente injusto”, ressaltou o político.
Trump afirmou que seu governo lançou “a mais abrangente repressão de fronteira e imigração da história americana” e mencionou o decreto que classifica gangues e cartéis mexicanos como organizações terroristas estrangeiras.
Confusão com democrata
O discurso foi marcado por uma confusão logo no começo, quando o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, mandou que o deputado democrata Al Green fosse retirado do plenário.
Green se levantou de seu assento e gritou a Trump: “Você não tem mandato para cortar o Medicaid”, incitando vaias do lado republicano do plenário. Johnson advertiu os presentes, mas a confusão seguiu, até que ele mandou retirar o congressista do local.

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