14 de março de 2025

Líderes árabes endossam plano de R$ 312 bi para re…

Líderes árabes endossaram na madrugada desta quarta-feira, 5, um plano de US$ 53 bilhões (quase R$ 312 bilhões) para reconstruir a Faixa de Gaza, traçando um roteiro de desenvolvimento econômico a longo prazo sob um futuro governo da Autoridade Palestina (AP), a entidade que já administra parcialmente a Cisjordânia. Uma alternativa à proposta do presidente Donald Trump sobre uma “Riviera do Oriente Médio” de propriedade americana, que veria a população palestina deslocada da região, o consenso árabe foi recebido negativamente pelos Estados Unidos.

O que diz o novo plano?

Apresentado em uma cúpula da Liga Árabe no Cairo, o texto foca nas entregas de ajuda humanitária emergencial, reconstrução de infraestrutura destruída e desenvolvimento econômico de longo prazo para Gaza. Em um documento de 112 páginas, foram apresentadas imagens geradas por inteligência artificial mostrando empreendimentos habitacionais, jardins e centros comunitários, com planos para um porto comercial, um centro de tecnologia, hotéis à beira-mar e um aeroporto.

O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, cujo governo é autor da proposta, afirmou no encontro que isso garantiria que os palestinos pudessem “permanecer em suas terras”. Mais tarde, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que estava pronto para “cooperar totalmente” com a implementação do texto.

Em um comunicado final, a cúpula anunciou a adoção de um “plano árabe abrangente”, instando a comunidade internacional a oferecer seu apoio à proposta que “ocorre em paralelo com o lançamento de uma via política” em direção à criação de um Estado para os palestinos.

Problemas à vista

A cúpula pediu que o governo palestino fosse unificada sob a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), um grupo guarda-chuva que é a força política dominante dentro da AP – e que exclui o Hamas. O que a proposta egípcia não abordou, porém, é quem ficará responsável pela administração do território devastado. Um rascunho de comunicado menciona apenas um “comitê administrativo palestino”.

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Também não recebeu apoio de Israel. Planos anteriores para Gaza fracassaram depois que serem impedidos pelo governo israelense. O primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, já descartou qualquer papel futuro para a AP na gestão do território e disse que quer controle permanente e abrangente sobre todas as terras palestinas.

O Ministério das Relações Exteriores israelense disse que o plano de reconstrução “falhou em abordar” as realidades da situação após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023. Enquanto isso, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Brian Hughes, declarou que a proposta “não aborda a realidade de que Gaza é atualmente inabitável” e que “o presidente Trump mantém sua visão de reconstruir uma Gaza livre do Hamas”.

Enquanto isso, dentro da faixa costeira, o Hamas, embora enfraquecido por 16 meses de guerra, continua sendo uma força política importante – e é improvável que concorde com um processo que o exclua.

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O plano egípcio reconheceu o desafio que facções armadas dentro de Gaza representam para a reconstrução, mas disse que a questão poderia ser resolvida por meio de um “processo político confiável” que restaure os direitos palestinos e ofereça um caminho claro adiante.

 

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