A Groenlândia e o Panamá rejeitaram veementemente nesta quarta-feira, 5, as novas ameaças disparadas pelo presidente americano, Donald Trump, em referência a absorver ambos os territórios como parte dos Estados Unidos.
Durante um discurso ao Congresso na véspera, para discorrer sobre as primeiras realizações de seu novo mandato, o republicano redobrou a sanha expansionista ao prometer que “vamos conseguir (a ilha no Ártico) de uma forma ou de outra”. Ele também disse que seu governo “recuperaria” o Canal do Panamá.
O presidente panamenho, José Raul Mulino, declarou nesta manhã que Trump estava mentindo quando disse que seu governo estava “reivindicando” o Canal do Panamá. O americano alega que os panamenhos concederam influência desproporcional à China na importante rota marítima.
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Os comentários de Trump ao Congresso foram feitos após um acordo anunciado na terça-feira pela americana BlackRock, maior gestora de fundos do mundo, que comprou os negócios portuários da empresa CK Hutchison, sediada em Hong Kong, no Canal do Panamá.
A BlackRock passará a ter 90% de participação na administração das instalações hoje nas mãos da empresa sediada em Hong Kong. O acordo também inclui a aquisição de outros 43 portos em 23 países.
Em paralelo, o primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, declarou nesta quarta-feira que o futuro da ilha está apenas nas mãos de sua população, que não tem desejo de ser americana ou dinamarquesa. Atualmente, é considerada um território semiautônomo do reino da Dinamarca.
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“Não queremos ser americanos, nem dinamarqueses, somos Kalaallit (groenlandeses). Os americanos e seu líder precisam entender isso”, disse Egede em uma publicação no Facebook. “Não estamos à venda e não podemos ser tomados. Nosso futuro será determinado por nós na Groenlândia”, acrescentou.
Em 11 de março, a ilha terá eleições gerais após uma campanha centrada no projeto de independência da ilha – que ganhou nova força à luz do interesse de Trump. Pesquisas de opinião sugerem que a maioria dos groenlandeses se opõe à união aos Estados Unidos, além de ser a favor de uma eventual independência da Dinamarca. O governo dinamarquês declarou repetidamente que a ilha do Ártico deve decidir seu próprio futuro e não está à venda.
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