O Vaticano informou em boletim nesta quinta-feira, 27, que as condições clínicas do papa Francisco também estão melhorando hoje, após notícias positivas no dia anterior. Pela segunda vez, o texto não contém o termo “crítico” para se referir ao quadro. No entanto, médicos ainda tratam seu estado complexo, dizendo que “são necessários dias adicionais de estabilidade clínica para resolver o prognóstico”.
“As condições clínicas do Santo Padre continuam a melhorar também ao longo do dia de hoje. Hoje, ele alternou entre oxigenoterapia a altos fluxos com ventimask”, disse o comunicado, referindo-se à máscara de oxigênio que o pontífice usa intermitentemente, como já havia reportado VEJA.
“O Santo Padre dedicou a manhã à fisioterapia respiratória, alternando-a com repouso, enquanto à tarde, após mais uma sessão de fisioterapia, se reuniu em oração na capela do apartamento privado localizado no 10º andar, recebendo a Eucaristia; então ele se dedicou às atividades de trabalho”, completou o informe, sem deixar de ressaltar a complexidade do quadro clínico.
A VEJA, autoridades do Vaticano reiteraram que a condição não é crítica, mas complexa, e que não há previsão de alta.
A situação nesta manhã era de tranquilidade, depois da Santa Sé informar que o papa “dormiu bem durante a noite”, mas fontes informaram que ele não recebeu visitas hoje. Na véspera, os médicos haviam deixado a classificar seu estado como “crítico” após “nova e leve melhora”. Uma tomografia computadorizada de tórax, feita na noite de terça-feira, mostrara evolução normal da inflamação pulmonar, e uma leve insuficiente renal apresentada nos últimos dias foi resolvida.
Segundo interlocutores do Vaticano ouvidos por VEJA, a condição não é mais crítica, embora o caso ainda seja de atenção. Até hoje, o pontífice não apresentou nenhuma crise respiratória asmática, mas fisioterapia respiratória continua. O papa está internado desde o dia 14 de fevereiro no hospital público Gemelli, em Roma.
O tom do boletim segue o adotado em atualizações recentes, que ressaltaram que o papa está “estável” e sem episódios agudos respiratórios.
Embora continue lúcido, compromissos foram cancelados, incluindo uma audiência papal e sua participação na missa dominical. Desde a primeira semana de internação, os boletins médicos passaram a descrever a situação como “complexa”, depois da bronquite que o levou ao hospital evoluir para uma infecção polimicrobiana e pneumonia bilateral – quando a doença afeta os dois pulmões. Os novos diagnósticos levaram a uma alteração nos tratamentos.
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Por que o quadro é complexo?
A bronquite é uma inflamação dos brônquios, canais que levam ar da traqueia aos pulmões. O inchaço e a produção de secreções dificultam a respiração, tornando o quadro ainda mais grave quando há infecções associadas. Em pessoas idosas, como Francisco, a recuperação tende a ser mais lenta e requer acompanhamento rigoroso.
Outro fator que complica a situação é o histórico médico do Papa. Aos 21 anos, ele desenvolveu pleurisia e precisou remover parte do pulmão direito. Além disso, já passou por outras cirurgias e enfrenta dificuldades de locomoção, o que pode impactar sua reabilitação.
Do lado de fora do hospital, fiéis continuam em vigília, deixando mensagens de apoio e orações pela recuperação do líder da Igreja Católica.
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