
A parada anual LGBTQIA+ de Budapeste, na Hungria, tradicionalmente realizada nas principais avenidas da capital, será transferida para um “local fechado”, anunciou Gergely Gulyás, chefe de gabinete do primeiro-ministro Viktor Orbán, nesta quarta-feira, 26. A justificativa dada pelo governo é a “proteção infantil”, uma medida que se alinha com a agenda cristã-conservadora do governo ultradireitista.
A proposta de Orbán faz parte de uma série de ações que reforçam a agenda conservadora do governo húngaro, que se prepara para as eleições de 2026. No fim de semana, Orbán chegou a afirmar que os organizadores do evento “nem deveriam se incomodar”, chamando o evento de “perda de tempo e dinheiro”.
Embora Gulyás tenha reforçado que o objetivo da mudança seria apenas garantir a “proteção das crianças”, a medida é vista por ativistas e membros da comunidade LGBTQ+ como uma tentativa de silenciar o movimento e restringir o acesso ao evento, que tradicionalmente ocorre na Avenida Andrássy, uma das principais vias da capital húngara e atrai milhares de pessoas de todas as idades. Segundo os organizadores, o evento é uma celebração inclusiva e familiar, e não representa um risco para as crianças.
A Hungria, sob a liderança de Orbán, já é alvo de críticas por suas políticas em relação aos direitos LGBTQ+, incluindo a definição constitucional do casamento como a união entre um homem e uma mulher e a proibição da adoção por casais do mesmo sexo. Em 2021, o país implementou uma polêmica lei proibindo a “promoção da homossexualidade” entre menores de 18 anos, medida que gerou críticas intensas tanto de grupos de direitos humanos quanto da União Europeia.
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