14 de março de 2025

Seis bebês morreram de hipotermia em Gaza nas últi…

Ao menos seis bebês morreram de hipotermia nas duas últimas semanas na Faixa de Gaza, disseram médicos palestinos nesta terça-feira, 25, à agência de notícias Associated Press. O território foi devastado pelos bombardeios de Israel, em guerra com o grupo radical Hamas desde outubro de 2023, forçando o deslocamento de mais de um milhão de pessoas. Hoje, grande parte dos moradores de Gaza vive em tendas improvisadas.

Embora o cessar-fogo entre Israel e Hamas tenha possibilitado a entrada de ajuda, o frio agrava a crise humanitária no enclave palestino, que tem invernos chuvosos, registrando temperaturas abaixo de 10°C à noite. Em entrevista à Associated Press, o chefe do departamento pediátrico do Hospital Nasser em Khan Younis, Ahmed al-Farah, disse que recebeu o corpo de uma bebê de apenas dois meses de idade.

“Desabotoei suas roupas e dei tapinhas nela, mas não havia respiração nem batimentos cardíacos”, disse o pai da menina, Yusuf al-Shinbat, que encontrou a filha sem respirar nesta manhã. “Ontem, eu estava brincando com ela, dando banho nela e a perfumando. Eu estava feliz com ela. Ela era uma criança linda como a lua.”

Mais dois bebês chegaram ao hospital com o corpo “completamente azul e temperatura muito baixa”, segundo al-Farah. Embora um deles já tenha recebido alta, o outro está em terapia intensiva. O médico Saeed Salah, do Patient’s Friends Hospital em Gaza, afirmou que cinco bebês de um mês ou menos morreram de frio, incluindo um de 1 mês nesta segunda-feira. Cerca de 48 mil palestinos morreram desde a eclosão do conflito. 

“Não há combustível, eletricidade, gás, nem meios de aquecimento, e elas e a família foram expostas a frio extremo”, disse Salah, destacando que crianças vivem em acampamentos ou escolas improvisadas como abrigos.

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Cessar-fogo em situação frágil

Israel deseja estender a primeira fase do cessar-fogo com o grupo radical Hamas, à medida que as negociações sobre o futuro da Faixa de Gaza estagnaram, relataram jornais israelenses nesta terça-feira. A etapa está prevista para expirar neste sábado, 1º de março, com duração total de 42 dias. O país também está preparado para retomar os combates caso o debate sobre como implementar a segunda fase, que prevê a libertação total dos reféns e a saída completa das tropas israelenses do enclave palestino, não avancem, acrescentaram os veículos.

Embora Israel tenha adiantado que as negociações seriam retomadas na semana passada, não há sinais de progresso. A proximidade do prazo do primeiro estágio eleva as preocupações, uma vez que esperava-se que as discussões já estivessem evoluídas no final de fevereiro. A extensão cogitada por Tel Aviv demandaria a soltura de novos reféns, bem como de palestinos detidos. Mas, segundo o jornal britânico The Guardian, autoridades israelenses estão “céticas” sobre a viabilidade da alternativa.

As tensões sobre a possível quebra do cessar-fogo aumentaram na semana passada, quando o governo israelense adiou a libertação de prisioneiros palestinos, prevista para o último final de semana. Na decisão, Israel acusou o Hamas de violar “múltiplos termos” do pacto e disse que não aceitaria “cerimônias degradantes”, em referência a dois cativos terem sido obrigados pelos militantes a ver outros reféns serem soltos no sábado.

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