14 de março de 2025

Dr.Tancredo faz muita, muita falta, 40 anos após a sua morte

Tudo faz muito tempo, costumo dizer. É o preço que se paga por ter testemunhado e feito a cobertura de momentos decisivos da vida política brasileira, desde a ditadura militar de 1964, quando comecei a trabalhar como jornalista.

No ano passado, dei muitas entrevistas sobre o golpe, que completou 60 anos, e as Diretas Já que celebraram 40 anos. Este ano, a redemocratização também completa 40 anos, que serão lembrados na reconstituição histórica feita pelos jornalistas com quem conversei.

O documentário da TV Cultura vai ao ar no próximo 15 de março, dia em que José Sarney tomou posse em lugar do dr. Tancredo, considerado o marco da Nova República. E a CNN prepara uma série de 5 capítulos que será exibida na semana da morte do presidente que venceu a eleição no Colégio Eleitoral, mas foi internado na véspera da posse no Hospital de Base de Brasília, com fortes dores no estômago.

Dr. Tancredo já vinha se queixando dessas dores durante a sua campanha, que começou logo após a derrota da Emenda Dante de Oliveira, um ano antes. Mas só ficamos sabendo depois que ele estava com câncer, o que não o impediu de cumprir bravamente os compromissos de campanha.

Com medo que os militares não dessem posse ao seu vice, um dissidente da Arena, o partido dos militares, Tancredo escondeu seu problema de saúde até a missa na Catedral da Sé em Brasília, na noite do dia 14, quando passou mal e foi levado para o hospital.

Lembrei-me da cena dele esticado numa poltrona no saguão do hotel em Belém, onde participou da procissão do Círio de Nazaré, assistindo ao Fantástico, sozinho diante da TV numa noite de domingo.

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