14 de março de 2025

Lula deve trocar Padilha por outro nome do PT por falta de opção

É diferente de pastas menores, dizem interlocutores. MDB, PSD e União Brasil têm três ministérios, ao passo que Republicanos e PP, legendas com alto índice de bolsonaristas, têm um. Todos querem mais, mas a SRI é vista como um compromisso além.

A leitura é que, nessa pasta, o tempo para uma possível desvinculação do PT em 2026 é muito curto. Uma coisa seria o Republicanos desembarcar do Ministério de Portos e Aeroportos para lançar candidatura própria ou apoiar alguém à direita. Outra seria deixar a cozinha do Palácio —mesmo que o ministro Silvio Costa Filho ou o presidente da legenda, Marcos Pereira, sejam nomes que agradam Lula.

União Brasil e PSD, mais próximos ao governo, têm cálculo parecido. O PP, por sua vez, tem opositores demais para ser parte da base. Mesmo que o governo nomeie Lira, especulado para a Agricultura, o Planalto sabe que o PP estará no lado rival em 2026, o que dificulta colocar um nome do partido na pasta. A exceção seria o presidente da sigla, o ex-lulista e hoje bolsonarista Ciro Nogueira. Mas ele mesmo garante que isso nunca aconteceria.

Há algumas opções. De olho em mais acesso ao presidente e no comando de emendas, o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), e o líder da maioria no Congresso, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), foram os nomes aventados para substituir Padilha. Em meio às especulações sobre a ida de um deles para o Executivo, os parlamentares brincam chamando um ao outro de “ministro”. Ribeiro já foi chefe das Cidades no governo Dilma Rousseff.

Mas também há limitações. Dar mais um ministério ao MDB seria um problema. O partido, um dos três do centrão com três ministérios cada, já é considerado pelos pares como o que tem as melhores pastas (Cidades, Transporte e Planejamento), e nenhum de seus ministros deve ser trocado. Criar essa desproporção seria abrir um novo flanco de combate com o PSD e o União Brasil.

Aliados de Lula enxergam um futuro diferente para Bulhões e Ribeiro e dizem que um deles pode assumir a liderança de governo na Câmara. Interlocutores de Ribeiro disseram ao UOL que o deputado só aceitaria a missão se pudesse ter um canal direto com o Lula. O presidente adotou uma postura mais reservada no terceiro mandato e é constantemente alvo de críticas por não receber parlamentares como fazia nos primeiros mandatos.

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