O grupo militante palestino Hamas afirmou nesta quarta-feira, 19, que está pronto para libertar de uma só vez os reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza, em troca de palestinos detidos por Israel, na segunda fase do acordo de cessar-fogo, em vigor desde 19 de janeiro, apesar de acusações de violações de ambos os lados.
“Informamos os mediadores que o Hamas está pronto para libertar todos os reféns de uma só vez durante a segunda fase do acordo, em vez de em etapas como na atual primeira fase”, disse à Taher al-Nunu, membro do alto escalão do grupo, à agência de notícias AFP. Ele não esclareceu quantos reféns estão atualmente mantidos pelo Hamas.
A medida tem objetivo de chegar mais próximo a um “cessar-fogo permanente”, além de cumprir a retirada total das forças israelenses do território palestino.
Ao todo, 251 pessoas foram sequestradas durante os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023. Segundo o Exército israelense, 70 dessas ainda estão em Gaza, incluindo 35 que morreram.
Na terça-feira, o principal negociador do Hamas, Khalil al-Hayya, afirmou que o grupo irá libertar seis reféns israelenses vivos no próximo sábado, em troca de centenas de palestinos detidos por Israel. Era esperado que apenas três reféns fossem libertados no fim de semana e, até o momento, o motivo da mudança não foi esclarecido. Na quinta-feira, o grupo devolverá os corpos de quatro reféns israelenses que morreram na Faixa de Gaza.
Dos 33 reféns com libertação prevista na primeira fase do acordo de cessar-fogo de três estágios, 19 já foram libertados e Israel diz que oito estão mortos. Os seis que serão libertados são os últimos reféns vivos na lista da primeira fase.
Também na terça-feira, o ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Saar, confirmou que Israel e Hamas iniciarão nesta semana uma nova rodada de negociações para avançar na segunda fase do cessar-fogo. A retomada das tratativas, mediadas pelo Egito, Catar e Estados Unidos, estava inicialmente prevista para 4 de fevereiro, mas foi adiada em meio a incertezas sobre o futuro da trégua. Saar garantiu que o processo será retomado nos próximos dias.
Segunda fase do acordo
A primeira fase do acordo, em vigor desde 19 de janeiro, estabeleceu um cessar-fogo de 42 dias e o retorno de 33 reféns em troca da libertação de centenas de presos palestinos. Apesar de algumas violações pontuais, o pacto tem sido mantido.
Já a segunda fase das negociações enfrenta desafios maiores, especialmente em relação ao futuro da administração de Gaza, tema que divide profundamente as partes envolvidas. O chanceler israelense, Israel Katz, afirmou que não aceitará um “modelo Hezbollah” no território e defendeu a desmilitarização total da Faixa de Gaza, sem qualquer presença da Autoridade Palestina. Ele acrescentou que, se as negociações forem produtivas, Tel Aviv permanecerá engajada no processo.
As negociações para a nova etapa deveriam ter começado antes do término da primeira fase, previsto para 2 de março. No entanto, segundo o Catar, as conversações ainda não começaram oficialmente.
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